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Parece inacreditável afirmar que o mundo está prestes a enfrentar uma crise de abastecimento de água. Mas é exatamente isso o que está para acontecer, pois apenas uma pequeníssima parte de toda a água do planeta Terra serve para abastecer a população.
Vinte e nove países já têm problemas com a falta d'água e o quadro tende a piorar. Uma projeção feita pelos cientistas indica que no ano de 2025, dois de três habitantes do planeta serão afetados de alguma forma pela escassez - vão passar sede ou estarão sujeitos a doenças como cólera e amebíase, provocadas pela má qualidade da água. É uma crise sem precedentes na história da humanidade. Em escala mundial, nunca houve problema semelhante.
Tanto que, até 30 anos atrás, quando os primeiros alertas foram feitos por um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), ninguém dava importância para a improvável ameaça.
O Planeta pede ajuda.
Em 2006 a ONU alertou que as mudanças climáticas podem promover conflitos pela escassez da água. Em seu ultimo boletim, sobre água e desenvolvimento no mundo, Ban Ki-moon secretário geral da ONU aponta o risco da escassez da água “transformando competições pacíficas em violência”. Foram a partir de milhares de afirmações como esta e estudos que nasceu a noção popular da ‘Guerra pela Água’.
Porém, de acordo com um estudo publicado pela Revista Nature e um recente levantamento feito pelo Instituto Internacional de Estocolmo sobre Água (IIEA), países não fazem guerras para disputar água, e sim resolvem suas limitações de água através de negócios e acordos internacionais. Olhando através da história existem mais exemplos de cooperação do que conflitos em torno de grandes mananciais.
Durante todo o século 20, trezentos acordos internacionais foram assinados para garantir uma gestão transfronteiriça de recursos hídricos. Neste mesmo período, apenas sete pequenos incidentes entre países foram contabilizados como resultados diretos da escassez de água.
A própria ONU lançou o tema “Águas compartilhadas, oportunidades compartilhadas” para o Dia Internacional da Água (22 de março) deste ano. Dados da organização mostram que existem no mundo 263 bacias e 274 aqüíferos “internacionais”. Isso faz com que 75% de todas as nações do mundo dividam com seus vizinhos seus estoques de água.
Wendy Barnaby, da Associação Britânica de Ciência, conta na revista Nature que ao tentar escrever um livro sobre as “guerras pela água” suas expectativas foram totalmente frustradas. Lançando mão de uma pesquisa ainda mais detalhada, publicada em 2003 no American Journal of Water Resources, Barnaby lembra que entre 1948 a 1999, de um total de 1.831 questões sobre bacias internacionais, 68% tiveram como resultado acordos pacíficos e apenas 28% causaram rusgas diplomáticas. Os 5% restantes tiveram resultados neutros.
Até mesmo o conflito entre Israel e Palestina, que muitas vezes é considerado exemplo de disputa por recursos hídricos, tem como um plano de fundo questões políticas e religiosas.
As Principais guerras que já aconteceram pela disputa da água até hoje em dia:
A guerra mais antiga pela água aconteceu 4.500 anos atrás, na Mesopotâmia, mas outros conflitos já se iniciaram desde essa época pela mesma razão, como por exemplo o conflito sangrento em Darfur, no Sudão, que começou em 2003 e matou 400 mil africanos, se iniciou em parte por causa do acesso a uma fonte de água, que estava ficando escassa. O conflito de Darfur começou no local da fonte de água e depois se espalhou por toda a região.
O conflito em Darfur, Sudão, começou em parte por causa dos direitos sobre a água |
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Mapa mostra escassez de água no mundo:
A alarmante extensão da escassez de água no mundo foi detalhada no mapa elaborado por uma empresa de consultoria e gerenciamento de recursos hídricos.
Países ricos e países pobres:
Nove países dividem cerca de 60% das fontes renováveis de água doce do mundo. São em ordem de quantidade hídrica: Brasil (6.220 bilhões de m3), Rússia (4.059 - sempre em bilhões de metros cúbicos), Estados Unidos (3.760), Canadá (3.290), China (2.800), Indonésia (2.530), Índia (1.850), Colômbia (1.200), Peru (1.100). Em seguida, vêm os quinze países da União Européia: 1.171 bilhões de m3.
De outro lado, existem países em situação muito precária como: Kuwait e Bahrain (quase sem recursos), Malta, Gaza, Emirados Árabes, Líbia, Singapura, Jordânia, Israel e Chipre.